A postagem desta semana é especial porque faz parte do projeto de blogagem literária coletiva dos blogs osliteratos, Chá & Livros e diariodeumalivromaniaca,no grupo BLC no facebook, confesso que o tema não me agradou muito pois acho tanto o livro quanto o filme clichés e depressivos, mas vamos lá acho que não deu para fugir muito do clichê mas quis deixar o final menos sombrio e com um sopro de esperança.
O tema proposto foi:
Este mês John Green saiu para pescar e deixou o seguinte bilhete para você:
“Querido estagiário.
Terminei de escrever A Culpa é das Estrelas, mas ainda não estou contente. Sinto que falta algo e não consigo identificar o que é. Peço que você reescreva algum trecho de ACEDE, mude algo no começo, meio ou fim. Reinvente algum diálogo ou cena, acrescente personagens, mude o destino de outros. Mas quero apenas uma mudança e deixo-a a seu critério.
Confio em você, na volta verei o resultado e comemoraremos com um belo peixe assado."
Gus e Hazel voltam de Amesterdã,um mês depois Hazel descobre que esta grávida o que causa espanto geral em todos devido ao fato de que tanto Gus quanto Hazel fazerem quimioterapia, apesar dos protestos de sua mãe Hazel pára o seu tratamento para que seu bebe nasça perfeito, o que acontece para o espanto de todos um mês após a morte de Gus que através do nascimento de sua filha Hoppe conseguiu ter seu desejo realizado, não ser esquecido.
sábado, 25 de outubro de 2014
sábado, 18 de outubro de 2014
Resenha : O pentagrama - Gustavo Mendes
sinopse:
Sarah é uma adolescente normal, certa de algumas coisas e indecisa quanto a outras; às vezes um tanto solitária e apaixonada pelo garoto com quem estuda há anos, Alex. Ele nunca lhe deu a atenção com a qual tanto sonha. Quando por impulso defende-o numa discussão, acabam se envolvendo e
tornando-se namorados. Assim compra uma briga com a melhor amiga do garoto, Karen, que nutre sentimentos amorosos egoísticos por ele e não aceita perder o posto de garota popular.
Como se lidar com as tramas da ciumenta rival não fosse o bastante, Sarah e seus novos amigos começam a ver-se envoltos num clima constante de medo que domina a cidade. Um assassino em série está matando jovens brutalmente e nenhuma pista sobre o responsável é descoberta. É então que, para o horror de Sarah, estranhos acontecimentos e visões macabras passam a persegui-la e ela se vê ligada diretamente a coisas assustadoras que fogem do seu controle. Ninguém a leva a sério,
e por isso decide iniciar uma investigação por conta própria. O que ela conclui é que pode ser a próxima vítima do assassino e se não agir rápido, tudo o que conseguiu conquistar e todos ao seu
redor também podem estar em perigo. Temendo o pior, ela corre contra o tempo enquanto lida com seus próprios problemas típicos da adolescência – ciúmes, provas escolares, traição, drogas, gravidez e dificuldades amorosas – e descobre que um pentagrama pode ser a chave para revelar quem é o assassino.
Em meio a forças sobrenaturais com as quais ela não tem a mínima chance, dá-se início a sua luta pela sobrevivência. Mas perceber que alguém mais próximo do que imagina pode ser aquele que quer matá-la é algo para o qual não está preparada.
fonte: Skoob
Resenha:
Gostei do livro apesar de ser voltado para o público adolescente,pode ser lido por qualquer tipo de leitor que goste de e romance suspense.
O livro flui bem na maior parte do livro apenas pecando no excesso de cenas sobre o relacionamento dos personagens levando o leitor por vezes a pular algumas páginas pois alguns relacionamentos não tem relação nenhuma com a história central da trama como o pessoal do edifício de Sara achei meio fora de contexto com o restante da trama.
O ponto que mais me agradou no livro foi a amizade entre Sara e seus colegas e também o livro abordar mesmo que de forma superficial temas como bullying nas escolas,drogas e gravidez na
a adolescência
O final é eletrizante e surpreendente.
CURIOSIDADES SOBRE PENTAGRAMAS
Os símbolos são sinais que as culturas adotam para diversas representações, entre elas várias crenças religiosas bastante abordadas entre os neopagãos, como também entre vários cristãos. Fazem parte de tudo que é representativo e abordado religiosamente. Ao longo da matéria, haverá a explicação de signos e costumes usados e praticados por vários povos dentre várias culturas. Neste artigo, falarei sobre o Pentagrama e suas várias representações conforme o tempo, as circunstâncias e as crenças. Você vai ver as evoluções que o pentagrama começou a tomar, passando de um símbolo cristão de máxima veneração para a atual representação cristã demonizadora e neopagã de equilíbrio.
Pentagrama – Representações culturais
Não se sabe a origem do pentagrama, mas pode-se conhecer uma de suas mais antigas representações.
Os hebreus consideravam o pentagrama como o símbolo da Verdade, representando o Pentateuco (os cinco livros atribuídos a Moisés no Antigo Testamento). Na Grécia Antiga, tal símbolo ganhou o nome de Pentalpha, tendo como vista cinco letras A entrelaçadas.
O pentagrama também aparece na cultura chinesa, em que os cinco elementos (fogo, terra, metal, água e madeira) se envolvem em um sistema de criação e inibição entre si, formando um
circulo e uma estrela em sua sistematização.
Pitágoras acabou por explorar o pentagrama em seus cálculos,levando-o como símbolo de perfeição matemática. Sua escola tinha tal símbolo e seus seguidores o usavam para se identificarem.
Os primeiros cristãos usavam o pentagrama como representação das cinco chagas de Cristo (mãos e pés encravados e a coroa de espinhos), e nos tempos medievais ainda era usado como amuleto contra os demônios.
Os próprios Templários, vistos como monges da Igreja, utilizavam o Pentagrama em muitos vitrais de seus templos. Mas conforme foram ganhando dinheiro, prestígio e solidariedade com seus irmãos de Ordem, a Igreja começava a se voltar contra seus próprios servidores. Houve então a Inquisição, junto à Era das Trevas, quando a Igreja mergulhou em seu próprio diabolismo. Os Templários foram torturados e mortos, e o pentagrama agora foi distorcido e transformado em símbolo de perversão e maldade pela Igreja, simbolizando a cabeça de um bode, ou diabo, a mesma do Baphomet, pelo qual a Igreja havia acusado a Ordem dos Cavaleiros Templários de adorar. Assim, o pentagrama se transformou em símbolo representativo do mal, e a perseguição da Igreja às antigas religiões acabou forçando-as a se esconderem nas sombras, na clandestinidade. Já no final da Era das Trevas, a paz estava renascendo. As sociedades já secretas agora saem das sombras, retomando seus estudos sem medo da pressão adquirida da Igreja. Numa era de desenvolvimento, em que surgem o hermetismo, e a ciência que mistura misticismo, o Pentagrama agora gera uma nova representação: O Microcosmo. O símbolo do homem em um círculo, com braços e pernas abertos, representando O Homem
individual.
fonte:http://www.umarizalnews.com.br/2012/08/curiosidades-o-simbologia-do-pentagrama.html
sábado, 11 de outubro de 2014
Livro x filme:E se fosse verdade -Marc Levy
sinopse:
E se Fosse Verdade... é uma história repleta de romantismo e bom humor, ingredientes que cativaram Steven Spielberg, fazendo-o adquirir, por US$ 2 milhões, os direitos do livro para o cinema. Marc Levy viu seu romance de estreia se tornar um grande sucesso de bilheteria.A história se passa em São Francisco, em julho de 1996. A jovem e bela Lauren, estudante de medicina, sofre um acidente de carro, entra em coma e vai parar no mesmo hospital onde trabalha. Apesar de seu estado, Lauren consegue, espiritualmente, voltar para o seu antigo apartamento. Lá, encontra Arthur, o arquiteto que é o novo morador do imóvel e a descobre no armário do banheiro ao ir tomar banho. Ele é a única pessoa que consegue vê-la, ouvi-la e senti-la.
Inicialmente se recusando a acreditar na história de Lauren, Arthur só fica convencido de toda a verdade quando vai até o hospital e a encontra desacordada. A partir daí, ele vai fazer o impossível para ajudá-la a voltar ao seu estado natural.
Resenha:
Não falarei sobre o filme pois acredito que a grande maioria das pessoas já assistiram.
O livro é muito bom muito superior ao filme que já é bem legal, apesar de parecer em algumas partes um pouco arrastado na maior parte a leitura é ágil com muitas sacadas de humor principalmente protagonizadas pelo hilário Paul amigo de Arthur que rende muitas risadas durante a leitura.
Outro ponto interessante é que no livro os personagem são descritos diferentes fisicamente dos do filme.
Para saber o final da história é preciso ler a continuação do livro que é Encontrar você do mesmo autor.
Por fim gostaria de destacar o trecho que mais me marcou durante a leitura é longo mais muito bonito.
Espero que gostem
Todas as manhãs, ao despertar, nos abonam com 86,400 segundos de vida em nossa conta para esse dia, e quando dormimos à noite, zera. E segue; o que não se viveu nesse dia, está perdido, ontem acaba de passar. Todas as manhãs se repete esse prodígio, mas jogamos com essa regra inevitável: o banco pode cancelar a conta a qualquer momento, sem aviso prévio; a qualquer momento, a vida pode terminar. O que fazemos, pois, com nossos 86.400 segundos diários?
Não são mais importantes alguns segundos de vida do que alguns dólares? Desde o acidente, comprovava dia a dia, que bem poucas pessoas se apercebiam o que realmente conta. Expôs então as conclusões de sua história:
—Você quer entender o que é um ano de vida? Pergunte-o a um estudante que acaba de suspender o exame do final do curso. Um mês de vida? Diga-o a uma mulher que acaba de trazer ao mundo um filho prematuro e espera que saia da incubadora para estreitá-lo nos braços, são e salvo. Uma semana? Que o conte um homem que trabalha numa fábrica ou em uma mina para manter a família. Um dia? Fale do assunto a duas pessoas que estão loucamente apaixonadas e esperam o momento para voltarem a ficar juntas. Uma hora? Pergunte a uma pessoa com claustrofobia presa num elevador com defeito. Um segundo? Olhe a expressão de um homem que acaba de se salvar de um acidente de automóvel. E um milésimo de segundo? Pergunte ao atleta que acaba de ganhar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos, em vez da Medalha de Ouro, pela qual treina toca sua vida.

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sábado, 4 de outubro de 2014
conto: Amor reverso
Hoje o post é
diferente não haverá resenha postarei um conto que
gostei bastante de uma autora chamada Cristina de Azevedo, pela
primeira vez li o gênero fantasia e gostei muito da escrita e
da temática bem criativa e profunda,também como dica
postei a sinopse do livro espero que gostem.
Amor reverso
O amor é paciente, o amor é
bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se
orgulha.
Não maltrata, não procura seus
interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.
O amor não se alegra com a injustiça,
mas se alegra com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta.
(1 Coríntios 13:4-7)
Se quiser, pode me chamar de covarde.
Sinceramente, eu não ligo. Hoje faz um mês que ela
chegou e, desde a primeira vez que a vi, foi como se um sol nascesse,
aquecendo e iluminando a minha vida. Desde então tenho tentado
me aproximar, mas toda vez que estou quase conseguindo, sou dominado
por uma timidez tão grande que me faz recuar, o que é
muito estranho, porque quando eu era humano nunca tive dificuldade de
chegar em uma mulher e declarar o meu interesse.
Agora não entendo o que está
acontecendo comigo, não sei se é este corpo ou o fato
dela ser a primeira mulher a despertar em mim algum interesse nesta
nova vida, ou quem sabe é este sentimento tão intenso.
O fato é que agora tenho que lidar com mais esta sensação,
porque já faz mais de um ano que recebi meu chamado e até
hoje sou surpreendido de alguma forma. E me pergunto se algum dia
isso irá mudar.
Para quem não me conhece, eu me chamo
Vinícius. Sou um nacquaniano treinado para trabalhar nos
campos de algas mágicas e proteger o Forte de Itaipu. Logo que
cheguei a Nacqua fui designado para estas funções, mas
antes que eu me esqueça de falar: Nacqua é um reino
aquático. Isso mesmo, ele fica debaixo da água (você
não entendeu errado não!) e está localizado no
fundo das Cataratas do guaçu. Doideira pura! E, acredite, aqui
vive uma raça muito diferente, que não é
conhecida entre os humanos. Espere, você não surtou
ainda? Então tenho mais uma: mesmo que ninguém saiba
desse lugar, nada impede que um humano receba o chamado. A parada é
um tanto esquisita, e o cara surta legal ao ver uma cauda no lugar
das pernas e nadadeiras no lugar das mãos, ou quando descobre
que agora só se comunica telepaticamente, mas isso não
vem ao caso.
Voltando ao assunto... Eu era um humano e fui
chamado para esta nova vida, e entre as coisas que me marcaram, e
foram muitas, lembro-me do orgulho de ser o primeiro novato a assumir
um cargo tão importante, pois as algas mágicas são
nossa única fonte de alimentação, e por estar
perto da usina, o Forte de Itaipu é o mais produtivo e
perigoso também.
Naquele momento achei que nunca encontraria outra
coisa que me alegrasse mais do que a vida profissional, no entanto eu
estava enganado, pois no instante em que pus meus olhos em Sara
descobri que tudo nela me deixava feliz: seu sorriso encantava meus
olhos, seu olhar iluminava meus sonhos... Tudo bem, eu admito que
estou extremamente romântico e um pouco meloso, mas é o
que ela faz comigo, não posso evitar. Fico horas a fio
ensaiando como declarar o que estou sentindo para ela e como eu a
quero. Como um idiota e um pateta romântico cheio de borboletas
no estômago, olho no espelho e penso nas palavras que desejo
lhe dizer, mas hoje estou decidido a mudar esta história de
uma vez por todas.
Hoje é dia de entrega da colheita mensal,
por sorte fomos escalados para trabalhar em equipe. Para me
certificar de que realmente trabalharíamos juntos, eu
conversei com o encarregado geral. Pensei que ele iria demonstrar
alguma resistência, mas me enganei, porque a ideia pareceu
agradá-lo, então ficou decidido que faremos a base da
frente, enquanto Henrique e Dênis, outros dois colegas de
trabalho, fazem a base de trás.
Henrique não trabalha no Forte, ele é
responsável pela segurança do castelo de Nacqua, mas às
vezes vem ajudar no transporte da colheita, porque acho que fica
entediado de ficar lá, e resolve se aventurar; já
Dênis, é o irmão de Sara. Ambos chegaram aqui
juntos. Não conversamos muito, mas sempre que eu estou perto
de Sara, ele curiosamente fica interessado em conversar. Acho que
essa é uma maneira que ele encontrou de me manter longe dela,
e o pior é que isso está funcionando. Meu plano ia
evitar que ele se intrometesse dessa vez.
Para sair do Forte sempre tomamos medidas de
segurança, e por isso nossa equipe nunca sofreu nenhum
acidente, era uma responsabilidade muito grande, afinal éramos
cientes dos riscos que corríamos toda vez que saíamos
do forte ou do castelo, e todo cuidado era pouco, mesmo porque nossa
equipe é nova, não tem nem cem anos. A última
equipe foi inteiramente aniquilada por piranhas, uma tragédia
que não pretendemos repetir, então sempre estamos em
alerta e tensos até que a missão seja cumprida.
No entanto, hoje em especial, não estou
sentindo a habitual tensão e nem estou temeroso. Pelo
contrário, não vejo a hora de poder ficar um tempo
sozinho com Sara. Não vai ser muito, mas será tempo
suficiente para eu diga o que deve ser dito, para que eu declare o
meu amor por ela, sem ser interrompido pelo seu irmão, ou por
minha própria timidez, e o que eu sinto agora é
ansiedade.
Trabalhamos a manhã inteira juntos
amarrando a grande rede que carrega toda a colheita. Durante esse
trabalho não falei o que desejo dizer, optei por apenas
observar sua beleza enquanto reunia força e coragem para
quando chegasse o momento certo, então falávamos apenas
coisas relacionadas ao trabalho que deveríamos desempenhar
juntos. Os minutos que eu passava ao seu lado eram os mais felizes da
minha vida, e eu torcia para que demorassem a passar, mas na
realidade a coisa é bem diferente, quanto mais gostamos do que
estamos vivendo, mais rápido o tempo passa. Quando percebi, a
manhã já tinha ido embora e já era hora de pegar
a estrada, só depois que saímos é que tentei
puxar conversa, soltando a primeira coisa que veio em minha cabeça.
“Você tem namorado?” Era óbvio
que ela não tinha, então esta era uma pergunta idiota
para se fazer. Que ótima maneira de começar! Quando
alguém começa a namorar em Nacqua, tudo é muito
rápido. Todos ficam sabendo rapidamente, e logo o namoro se
transforma em casamento, porque aqui é o único lugar do
mundo em que o amor à primeira vista é verdadeiro e
recíproco. Quando existe o sentimento, este quase sempre é
correspondido, e quando não é para ser, não
existe decepção amorosa, pois segundo o que dizem os
antigos, a pessoa morre antes de se decepcionar. Coisa de louco, não?
Eles chamam isso de Maldição do Amor Reverso.
“Não, eu não tenho namorado”.
Ela deu um sorrisinho que fez o meu coração disparar.
“É que você é tão
bonita”. A pele do seu rosto ficou tão corada, o que a
deixou ainda mais linda.
“Muito obrigada”, ela tentou disfarçar
o embaraço e eu achei uma graça.
Nessa hora escutei Dênis gritar e, mais uma
vez, estava me atrapalhando. Argh!!! Ele estava dizendo que um dos
nós tinha se soltado, abrindo um grande buraco na rede e
estávamos perdendo todo o carregamento. Pensei em pedir para
que um deles fosse até lá
e arrumasse, mas da maneira como foi, não tinha como saírem
de suas posições, além do mais eu era o melhor
em fazer nós. Como não tinha outro jeito, soltei uma
maldição silenciosa, mesmo sabendo que eu teria que
fazer, eu tinha planejado essa tarde de várias maneiras e
nenhuma delas incluía esse imprevisto. Suspirei exasperado e
Sara rapidamente assumiu as duas pontas. Essa era mais uma qualidade
que eu admirava nela, sua capacidade de se fazer útil em
qualquer momento. Sara era ótima em tudo e sempre sabia o que
fazer.
“Vai lá!”. Sua voz ressoou em minha
cabeça.
“Sim, a responsabilidade me chama.”
Demorou alguns minutos para consertar o buraco.
Sinceramente, eu não entendia como tinha ido parar ali, porque
a rede estava bem trançada. Conferimos várias vezes —
esse era um dos descuidos que nunca cometíamos —, pois se
parássemos no meio do caminho por qualquer coisa, o perigo
aumentava e os ataques eram inevitáveis. Por sorte demorei bem
menos do que qualquer um deles. Nessa hora senti um arrepio estranho,
como se algo estivesse errado e um medo tomou conta de mim. Suspirei
tomando o controle, repetindo para mim mesmo que tudo o que eu estava
sentindo era coisa da minha cabeça, já que estava
nervoso por estar chegando a hora de me declarar.
Quando eu estava chegando à base da frente,
escutei o grito abafado de Sara e, quando vi que ela estava rodeada
por piranhas, fiquei apavorado, sentindo um frio na espinha e um
pânico que jamais senti na vida.
Em questão de segundos, as piranhas tinham
comido quase toda a sua cauda. Eu não aguentava ver aquilo,
ver a mulher que amo ser destroçada. Não pensei em
nada, somente a vida dela me importava, já que a minha sem ela
não fazia sentido. Agora eu sabia disso, pois Sara passou a
ser o meu sol e tudo gira em torno dela. O que eu faria sem a minha
estrela? Como eu viveria sem meu oxigênio? Eu não
queria, eu não podia existir em um mundo onde ela não
existisse. Então levado pelo impulso, entrei no meio do
cardume e peguei o seu corpo já todo machucado, sentindo em
minha alma a dor que ela sentia e a atirei para longe, dizendo as
palavras que sempre sonhei.
“Sara, você é a mulher mais linda
que eu vi na vida! Nunca conheci alguém tão doce e
delicada como o mais lindo botão de rosa pronto para
florescer. Sua beleza me encanta! Aconteça o que acontecer,
você não pode morrer! Eu te amo, você é
tudo para mim!”
Enquanto isso as piranhas encontraram algo novo
para devorar: EU! Em segundos fui invadido pela dor física,
mas meu coração estava tranquilo. Ainda que eu morra, a
parte de mim que pertence a ela, agora ficará segura. Enquanto
minha amada viver, estarei vivo através dela! Mesmo com toda
aquela confusão, eu consegui me declarar. Até que enfim
eu tive coragem de abrir o meu coração.
Quando viram o ataque, Dênis e Henrique
vieram em meu auxílio, mas meus olhos não saíam
do rosto de Sara. Vi a surpresa diante da minha declaração,
porém foi através de um único olhar que eu soube
que ela não sentia o mesmo por mim. Mas foi o suficiente para
que alguma coisa mudasse dentro mim, como se caísse sobre o
meu coração uma tamanha opressão, e com uma
velocidade impressionante ela encontrou passagem.
Fui tomado por um ódio que nunca senti em
minha vida. Sua força foi tamanha que o amor que eu sentia foi
expulso, me deixando sem fôlego. Esse sentimento negativo
parecia ganhar força a cada batida do meu coração
se irradiando por todas as partes de meu corpo.
Olhei Sara novamente e desejei exatamente o oposto
do que há pouco sentia. Agora eu queria que ela sofresse, e a
fúria que eu senti me deu força para lutar contra as
piranhas. Elas não seriam páreo para mim, pois tudo o
que eu desejava era ter minhas mãos ao redor do pescoço
de Sara e nada iria me impedir, nem mesmo essas pestes! Eu queria
apertar até que não sobrasse mais nada, além de
um corpo sem vida. Pensando bem, isso era pouco.
Eu não entendia como ela podia esnobar um
amor tão puro, e isso só me deixava mais enraivecido,
mas depois de acabar com esse pequeno contratempo eu teria todo o
tempo do mundo para pensar qual era a melhor maneira de acabar com
ela, pois se Sara não podia ser minha, não seria de
mais ninguém!
Eu lutava com as piranhas, sem jamais tirar meus
olhos dela, que parecia entender o que eu estava sentindo. Seu olhar
aterrorizado fazia com que o veneno que estava em minha alma se
inflamasse, aumentando a minha força. E, quando pensei que
estava dominado pelo ódio, descobri que havia uma batalha
dentro de mim. Sem entender nada, percebi que o amor que eu sentia
não se fora como pensei, estava apenas fortalecendo para
exigir seu lugar de volta, atacando o meu coração.
Então, fui tomado por uma imensa dor que nunca pensei que
sentiria, uma pressão enorme, onde o amor tentava sufocar o
ódio que tinha se alastrado. Nesse momento comecei a perder
para as piranhas. Eu tinha duas lutas para vencer, mas naquele
momento a dor das piranhas me estraçalhando não era
nada perto da sensação de que, a qualquer momento, meu
coração explodiria. Assim que esse pensamento passou
por minha cabeça, eu escutei um grande BUM em meu peito, me
deixando desnorteado e sem nenhuma reação, me levando a
experimentar outro tipo de sensação: o ódio não
tinha mais sua bateria ligada, meu coração já
não estava ali, então ele foi evaporando e restou
apenas o amor.
Agora eu entendia a maldição do amor
reverso. Meu corpo estava morrendo, e era estranho saber disso e
olhar para o mundo como um espectador, sem ter o controle de mais
nada, nem de mim mesmo. Minha mente estava muito lúcida, mas
eu sabia o que tinha acontecido no instante em que descobri que não
era correspondido. Quando a primeira centelha de tristeza me
envolveu, fui tomado pela maldição e uma guerra foi
travada no meu interior: uma guerra em que o único perdedor
era eu! Nunca houve chance para mim, aceitei minha sorte sem
dificuldade e nesse momento entendi que era o melhor.
Ainda assim não consegui me arrepender de
amá-la até a última célula do meu corpo,
nada era mais importante do que ela, nem a dor que eu estava sentindo
a cada dentada das piranhas, nem a certeza de que minha morte era
certa, pois nada poderia me salvar. Mesmo que não tivesse as
piranhas, tudo estava perdido para mim, porém nem assim eu me
arrependi, pelo contrário, só fiquei satisfeito e
tranquilo quando vi que Henrique e Dênis chegaram e a
socorreram, e quando fizeram menção de vir lutar por
mim, minha última voz irrompeu em suas mentes, fraca e
sussurrada:
“Não venham, é tarde para mim”.
E reunindo as últimas forças que me restavam, eu me
dirigi a ela. “Sara, viva por mim. Eu te amo!”.
Agora estava sentindo uma calma que nunca
experimentei antes em minha vida, pois a pessoa mais importante do
mundo para mim estava segura, e eu podia descansar em paz.
Por fim, sorri intimamente me desprendendo de toda
dor e de toda tristeza e, como se estivesse sendo carregado por águas
tranquilas, eu repousei. Já não via e nem sentia nada,
porque tudo ficou no mais completo silêncio.
NOTA DA AUTORA
Nesse conto vemos os extremos de dois sentimentos
muito fortes, na realidade não vivemos uma experiência
igual a que Vinícius viveu, mas podemos vivenciar tais emoções
em nossa vida. De fato o ódio pode ser um sentimento tão
nocivo, que faz mal a saúde e a alma, enquanto o amor
verdadeiro, cura e transforma vidas.
A diferença é a maneira que cada
pessoa lida com suas emoções, guardar rancor é o
que leva muitas pessoas a fazer coisas que normalmente não
faria, não é à toa que vemos em nossa sociedade
tantas atrocidades, enquanto a cura para tudo seria simplesmente amar
o amor em suas diversas formas e maneiras: fraternal, maternal,
conjugal. Esse sim é o sentimento capaz de mudar realidades e
transformar vidas.
E diferente da história, podemos sempre
decidir pelo lado bom das coisas e da vida, ou seja, perdoar, amar,
sorrir e ser feliz; e não perder tempo com pensamentos
negativos que só atrai coisas ruins e indesejadas. Desejo-lhes
toda a felicidade do mundo regada de amor, paz e esperança de
um dia vivermos em um lugar onde a cura é usada adequadamente.
Para conhecer melhor o que acontece com os outros
personagens do conto, e se realmente o amor de Vinícius não
foi correspondido por Sara, leia o livro “Nacqua: O Reino
Escondido” e se aventure em uma história fantástica
que vai conquistar o seu coração.
SINOPSE:
Existe alguma saída, quando tudo que você
mais amou lhe fora roubado?
Depois de vivenciar a morte de seus pais adotivos
na adolescência e um casamento frustrado, tudo o que Larissa
mais queria era paz, já que nem em seu pior pesadelo imaginou
que teria sua vida roubada...
Diante de tais circunstâncias, teve que
aprender a viver novamente, e descobre da pior maneira que uma lenda
antiga é, na verdade, real. As Cataratas do Iguaçu
escondem um grande mistério.E tudo que ela mais ama corre
perigo, pois o futuro nem sempre está em suas mãos.
Porém, em Nacqua, o amanhã pode não existir.
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